segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Explicando as coisas

Postado por Compartilhador Positivo
Boa tarde, pessoas. Como vai seu status sorológico?

    Vocês devem achar estranho que eu irei começar todo o post com a pergunta acima. Mas por quê, compartilhador, você quer saber a minha situação sorológica?
Resposta: Eu não quero saber da sua situação sorológica, a não ser que você sinta vontade de me contar. A pergunta tem a intenção de instigar meus leitores a saberem suas condições sorológicas. Hoje em dia, segundo os infectologistas, é mais seguro ter relações sexuais com pessoas HIV+ que sabem da sua situação sorológica e se tratam do que uma pessoa sorointerrogativa (pessoas que nunca realizaram o teste e/ou foram expostas em situações de risco e não realizaram o teste). Portanto, meu caro leitor, faça o teste e deixe de ser um sorointerrogativo para ser um "soroexclamativo" (esse eu inventei mesmo rs)

Boa sorte e me contem!

    Vou dizer que fiquei bem feliz com a repercussão do primeiro post do blog. Teve uma quantidade relativamente boa de visualizações para primeiro post e eu vou me esforçar ao máximo pra tornar o blog cada vez mais interessante e mais visitado pra que ele possa atingir as pessoas e conseguir o meu objetivo que eu citei no primeiro post que é desmistificar o HIV.
   Quando eu digo desmistificar, de maneira alguma eu digo que conviver com o HIV é uma coisa fácil e que agora todo mundo pode sair transando sem camisinha e tá tudo certo. Não! Não é isso. Viver com HIV não é uma coisa impossível e realmente não é um bicho de sete de cabeças como dizem os leigos no assunto. Mas é consideravelmente melhor não ter o HIV e viver sem ele.
   Com o HIV, vem um kit de preocupações  e cuidados que uma pessoa soronegativa jamais vai ter. E cá pra nós, ninguém quer uma lista a mais de preocupações na vida. O lidar com a sociedade ainda é um paradigma complicado e se torna mais um fator do qual você não quer ter HIV. Mas ainda assim, existem pessoas que se descuidam e se infectam com o vírus e não adianta... Tem que aprender a viver com ele fazendo parte do seu cotidiano e iniciar o tratamento o mais rápido possível.
   Nesse início de tratamento, seu médico infectologista ou mesmo um clínico geral transcreve uma série de exames os quais os resultados vão dizer a sua situação em relação ao vírus e a partir deles é necessário ou não iniciar o tratamento com os antirretrovirais.
    No sábado, 22, eu e meu namorado não aguentamos a curiosidade e abrimos o resultado do meu primeiro exame de carga viral e CD4. Pra quem ainda não tem informações sobre esse tipo de exame, eles são basicamente o acompanhamento de tudo o que um infectologista e um paciente soropositivo precisa saber para o controle do vírus para que não evolua para a doença AIDS. É a partir deles que os médicos concluem se a situação do paciente progrediu, regrediu ou estagnou analisando a quantidade de vírus existentes no seu sangue e a porcentagem de células do sistema imunológico do seu corpo (leucócitos).
   Eu ainda não tenho certeza se meu resultado foi bom, ou ruim ou nenhum dos dois. No papel estava escrito a quantidade de cópias por ml de sangue: 4599 cópias do vírus. Ao lado, definia o máximo e o mínimo de cópias que um exame poderia detectar (máximo de 10 milhões de cópias por ml e mínimo de 40 cópias por ml). Se analisado pelo mínimo, eu ainda estou longe de me tornar um soropositivo indetectável (soropositivos que tem sua carga viral abaixo de 50 e por isso se tornam indetectáveis. Estes possuem risco baixíssimo de transmissão do vírus para outras pessoas mesmo em situações de risco, mas ainda assim não é nulo). Mas se analisado pelo máximo, a minha situação é relativamente boa.
   As células de CD4 no meu sistema contabilizaram 22% sendo que o normal para uma pessoa estar saudável é de 29%. Eu não sei ao certo o equivalente dessa porcentagem em números de células. Fiz algumas pesquisas na internet com essas correspondências e acredito eu que a contagem está em mais ou menos entre 300 e 350.
   Pessoas que tem a quantidade de células de CD4 acima de 350, não é recomendado que elas iniciem o tratamento. Abaixo disso é necessário que comece o tratamento.
   Na verdade, eu só vou ter noção do que é uma carga viral alta e uma contagem de CD4 baixa na quarta feira, 26, quando for me consultar com a minha infectologista. A partir dessa consulta e desses resultados, eu devo começar o tratamento com meus antirretrovirais e iniciar a luta para me tornar um soropositivo indetectável. Não vou dizer que não estou preocupado. Me preocupo com os efeitos colaterais e ainda como vou esconder os medicamentos e os efeitos da minha família uma vez que eu ainda não estou pronto para contá-los sobre a minha nova condição. Mas confesso que estou mais ansioso do que preocupado e isso é a real importância da coisa agora.
   Espero poder me tornar logo um soropositivo indetectável e remover mais uma preocupação da minha vida que é a de doenças oportunistas conseguirem usufruir do meu corpo para se alojarem. De resto, a gente vai levando como pode, lutando contra esse vírus e vivendo da melhor maneira possível.

    Deixando sempre no final do meu post o meu email de contato para aqueles que querem compartilhar comigo suas experiências com o HIV, tirar dúvidas ou esclarecer informações. Seu e-mail jamais será postado sem o seu consentimento e seu nome jamais divulgado.

compositivo@hotmail.com

   No final de cada post agora vão ter as opções "Gostei" e "Não gostei" para que vocês possam avaliar cada post do blog. 

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