sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Começando...

Postado por Compartilhador Positivo 1 comentário

  Boa noite, pessoas! Como vai seu status sorológico?

    Acho fundamental começar explicando a necessidade que eu tive de criar um blog para compartilhar minhas experiências soropositivas com as pessoas que estejam interessadas. Depois, nós partimos para as apresentações. O que vocês acham?

    Pra começo de conversa, criei esse blog para mostrar que conviver com o HIV hoje em dia é perfeitamente possível e não muda quase nada no seu cotidiano. Quero compartilhar essas experiências com vocês desde o início da minha nova condição até o dia em que não sentirei mais necessidades de falar e desabafar sobre o que é a vida de uma pessoa portadora do HIV. Espero que vocês contribuam também me enviando experiências (boas e ruins) que vocês tenham vivenciado como pessoas portadoras ou até mesmo soronegativos que tiveram o HIV presente na sua vida de alguma forma.
    Quando suspeitei de que era portador do vírus, procurei na internet informações (como toda pessoa hoje em dia) que pudessem me confirmar de alguma forma se meu status era positivo ou negativo. O que eu não queria era enfrentar um exame e a tensão de abrir um resultado. Nesse período de pesquisas na web, encontrei excelentes blogs, sites e canais sobre o HIV, inclusive de pessoas portadoras do vírus que contavam suas experiências e, de certo modo, desmistificavam o pavor da doença na cabeça das pessoas. E foi exatamente isso que aconteceu quando eu comecei a ter mais informações vindas dessas pessoas. E foi exatamente essa minha experiência com sites que me incentivou a criar este e informar a vocês que o HIV, hoje em dia, não mata.
    Espero que vocês, assim como eu, abram suas mentes e absorvam as informações e mudem suas opiniões a respeito do assunto.

Boa viagem!

    Infelizmente, ainda vivemos em um mundo onde ainda existe muito preconceito e falta de informação em relação a situação do HIV e das pessoas que convivem com ele. Por este mesmo motivo, eu não posso me apresentar com meu nome verdadeiro. Usarei o pseudônimo "Compartilhador". Tem tudo a ver com o blog, com as minhas intenções e, coincidentemente comigo.
    Como escrito na bio do blog, tenho 21 anos, sou estudante universitário e trabalho. Tenho uma família bem grande e ainda convivo e dependo deles. Faço parte de um grupo social. Eu não sei o que vocês entendem por grupo social, mas na minha concepção, no momento, se refere às minhas amigas e eu onde juntos formamos um grupo que tem uma vida social relativamente boa. E, ah, claro, meu namorado que vem de penetra nessa leva de gente louca. Mas a gente adora ele e ele penetra há 11 meses e vai continuar penetrando, sim. Sempre com camisinha.
    Descobri que tenho HIV há pouco mais de um mês e meio. Comecei a desconfiar tem um pouco mais de tempo do que sei. Até hoje não precisei de nenhum tratamento urgente psicológico por causa dessa descoberta e acredito eu que jamais vou precisar. Meu tratamento é a informação e desde o início tem sido essa forma de controle psicológico que venho adotando desde a minha desconfiança sorológica. Tudo bem que eu faço acompanhamento psicológico desde alguns meses antes da descoberta por escolha própria e curiosidade e isso com certeza influenciou para eu ter um emocional tão controlado em relação a essa doença que agora faz parte da minha vida.
    Comecei a desconfiar do HIV quando brotaram na minha pele algumas pintas vermelhas conhecidas como nevus rubi (que no final das contas não tem nada a ver com o HIV e sim questões genéticas) e depois de ler algumas matérias sobre os carimbadores. Pra quem não sabe ou nunca ouviu falar, carimbadores é o apelido que receberam os psicopatas que, de alguma forma, transmitem o vírus propositalmente para outras pessoas. Seja essa forma influenciando-as a transarem sem camisinha ou furando o preservativo possibilitando a passagem do sêmen contaminado. Eu não posso afirmar que fui contaminado por um carimbador, pois existe também o risco da contaminação por via oral (que é baixíssimo). Mas isso é uma coisa que eu não guardo em pensamento, uma vez que não vai me trazer a cura e só vai me levar a caminhos negativos os quais eu não quero caminhar. Não tenho certeza, mas acredito que posso estar infectado há mais de um ano.
    Quando recebi o resultado positivo do exame entrei em estado de choque no qual eu fiquei por algumas horas. Claro, não tem como receber uma notícia dessas e ficar "ok". Por mais informações que você tenha, ser saudável no sentido de não ser portador de uma doença crônica, é o desejo de todos. A forma como eu recebi a notícia também influenciou muito para que eu ficasse no estado que fiquei. A moça que me informou a minha sorologia era uma enfermeira que não sabia exatamente nada sobre a doença e muito menos tinha sido treinada para dar esse tipo de informação. Hoje, faço ainda alguns exames de rotina para o início do meu tratamento com ela e já converso na intenção de conscientizá-la e indicá-la formas melhores de dar essa notícia a alguém.
    Hoje, um mês e meio depois, estou dando entrada no meu tratamento com a primeira consulta com a infectologista do SUS marcada para verificação de exames de carga viral e células de CD4. Dependendo do resultado de carga viral, começo com os antirretrovirais ou não. Meu hemograma completo se apresenta normal, sem nenhuma alteração, o que é ótimo para alguém que porta o vírus e me deixa ainda mais tranquilo em relação a doença. No entanto, quero começar o tratamento com os antirretrovirais o quanto antes para me sentir ainda mais saudável e seguro.

   Acho que tá bom para primeiro post, né!? Os próximos quero abordar outros assuntos como relacionamento amoroso, família e termos relacionados ao HIV.

Compartilhem suas histórias comigo. É só mandar um e-mail para compositivo@hotmail.com. Serve também para elogios, críticas e dúvidas!

Um comentário:

  1. Primeiro quero começar te parabenizando pela iniciativa de criar esse blog e compartilhar com todos os acontecimentos da sua vida.

    Você tem trazido aqui questões muito importantes, pois coloca a sua vida real e transmite ela em forma de aprendizado sobre a dimensão do HIV na vida de uma pessoa. É muito bom você estar frizando nos seus posts o quanto é possível levar a vida da melhor maneira possível pós descoberta do HIV, porque tira um pouco esse mito sobre o vírus, onde muitos pensam que é o fim da vida. Não, é apenas uma nova condição que infelizmente teremos que lidar. 

    Você também coloca bastante conhecimento científico em seu texto, informando como o HIV afeta o organismo de uma pessoa infectada, onde e de que maneira ele pode causar consequências. É muito bom perceber que está procurando cada vez mais conhecimento acerca disso e também transmitindo para quem vem aqui ler.

    Só posso dizer que estou muito orgulhoso de você e da maneira como tem lidado com tudo isso...

    Do seu amor, com amor.

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